Celebrando dez anos no dia 3 de agosto, a Campanha já sorteou mais de R$ 18 milhões a cidadãos e entidades sociais

Foto: Divulgação/Sefaz

Moradores da zona rural de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) e pais de um jovem com paralisia e autismo, o casal Feliciano Coelho e Lidiane Paiva conquistou um dos prêmios de R$ 5 mil na Campanha Nota Fiscal Amazonense (NFA) em maio de 2022. Com o dinheiro, compraram uma moto, uma mudança e tanto na vida da família, que até então utilizava um triciclo para se deslocar até a sede do município ou para o lazer nos finais de semana.

Esta é a história de um dentre os mais de 36 mil vencedores da Campanha Nota Fiscal Amazonense, que completa dez anos neste domingo (03/08). Em uma década, a NFA já pagou mais de R$ 18 milhões em dinheiro, fazendo a diferença não apenas na renda de cidadãos, mas também de 92 instituições sociais associadas, que ganharam prêmios juntamente com seus padrinhos.

Criada em 2015, a Campanha Nota Fiscal Amazonense nasceu com o objetivo de estimular a cidadania fiscal a partir do sorteio de prêmios em dinheiro para consumidores cadastrados que exigem a nota fiscal em suas compras. Os cidadãos devem inserir o CPF para identificação do premiado e indicar, no ato do cadastro, uma instituição social. A instituição ganha um prêmio paralelo equivalente a 40% do valor pago ao padrinho que foi premiado.

Lidiane, que citamos no começo desta matéria, inscreveu o CPF do marido na Campanha, porque, segundo ela, “era mais fácil de decorar”. Acabou dando certo. “Foi uma bênção muito grande”, diz sobre o prêmio a manicure, que virou uma divulgadora entusiasmada da Campanha.

“Tudo o que eu compro até hoje, eu coloco o CPF. E quando eu vou por aí, conto a minha história e incentivo às pessoas”, relata. Mãe de Antônio, PcD, agora com 20 anos, ela indicou para o prêmio paralelo a Associação de Deficientes Físicos do Amazonas (Adefa), uma das mais de cem entidades da capital ou do interior do Amazonas que participam da NFA.

Instituições

Uma das instituições apadrinhadas é o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc). Com mais de 26 anos de atuação, o grupo dá suporte ao tratamento de mais de 160 crianças por mês, além de seus acompanhantes.

De acordo com a gerente operacional da Gacc, Simy Essucy, a Campanha é importante para compor a receita da instituição e muitas vezes o valor é usado para cobrir custos com alimentação, de cestas básicas a frutas para as crianças. “A gente sempre acompanha a divulgação dos premiados e todos os meses, somos indicados a ganhar pelo menos um dos prêmios. No último mês, ganhamos três”, diz ela.

Fotos: Divulgação/Sefaz

Tipos de sorteio

Promovida pelo Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), a campanha NFA realiza sorteios diários, com prêmios de R$ 200 a R$ 1 mil; mensais, com valores de R$ 5 a R$ 20 mil; especiais, com prêmios de R$ 10 mil a R$ 50 mil; além dos recém-lançados sorteios regionais, com 30 prêmios de R$ 1 mil divididos por regiões geográficas do estado e realizados uma vez por mês.

O secretário de estado da Fazenda, Alex del Giglio, explica que a campanha cumpre um papel educativo sobre a importância da cidadania fiscal, já que estimula o controle social sobre a sonegação, um crime com prejuízos para toda a sociedade.

“Os tributos que pagamos financiam os bens e serviços públicos, como saúde, educação, segurança pública. Ao pedir a nota fiscal, você contribui com toda a sociedade, e, uma vez inscrito na campanha, pode concorrer a todos esses prêmios, assim como fortalecer o trabalho de diversas entidades sociais”, explicou o secretário.

‘Campanha trouxe novo olhar sobre tributação, diz coordenador’

De acordo com o coordenador da NFA, Augusto Bernardo Cecílio, em seus agora dez anos de atuação, a Campanha Nota Fiscal Amazonense “trouxe um novo olhar sobre a tributação, um maior entendimento sobre a função socioeconômica dos impostos e uma aproximação maior entre a sociedade e o fisco”.

“A Campanha foi muito além de criar na população o hábito de pedir a nota fiscal e praticar a solidariedade ajudando as entidades sociais. Ajudou a combater a concorrência desleal entre as empresas, incentivou a regularização das empresas, deu valor às empresas que cumprem com suas obrigações tributárias e atraiu a sociedade para esse mutirão da cidadania”, afirmou o coordenador.